Talvez se arrume todos os
dias para ir ao trabalho, ou à faculdade; ou faça tudo isso e tenha que cuidar
de casa porque é mãe solteira... ou será que tem relacionamento com um cara
machista que acha que ela tem de fazer coisas de casa e não gosta que ela
estude/trabalhe.
Hoje essa é nossa realidade, há um tempo atrás
era outra. A mulher nem podia estudar ou trabalhar, e quando o fazia eram
profissões divididas. Mas ainda se teme por assédios parecidos e como o que
aconteceu no Brasil esses dias. Em transporte público nesse caminho da independência
a moça teve de levar uma ejaculação no pescoço para a justiça não fazer nada
com relação a isso, porque um juiz resolve que tal ato não pôde ser considerado
estupro; que o cara é louco e não tinha noção. 2/09, pela décima sétima vez o
sujeito pratica esse ato repudiável e enfim vai preso.
Esses dias, numa clínica médica havia uma
conversa da senhora que emanava uma força tremenda. Era cozinheira em uma casa,
e segundo ela ninguém a dobrava. Me admirei tanto com a personalidade que
prometi a mim que escreveria algo a citando. Como será que foi sua juventude?
Por fim chega o futuro... se espera que não
haja regressão com tanto conservadorismo nos patamares mais altos, assim como
no livro O Conto da Aia, Margaret Atwood, 1985, onde após uma guerra nos
Estados Unidos as mulheres perdem toda liberdade e cada uma tem determinada
função. As Aias, simples reprodutoras, as esposas dos comandantes que são os
caras poderosos e as martas, que cuidam da casa. Claro que é uma distopia, mas
serve em alguns pontos discutidos aqui como a submissão e a objetificação
feminina.